domingo, 15 de julho de 2012

Sobre eventos otakus, amigos virtuais, e todo o resto. - Parte II

Naquele momento, eu desejei por uns vinte segundos ter um pouco mais do que um e setenta de altura pela primeira vez na vida para eu conseguir ver quem passava por ali sem ter que pular ou ficar na ponta dos pés. Não sei exatamente como, mas por um milagre eu estava na frente do corredor do bloco B. Pensei por uns dois segundos se eu deveria entrar ou esperar ele sair, e acabei entrando. Andava, andava, andava, e ainda sim parecia não sair do lugar. Esbarrei numas vinte pessoas, até eu avistar uma peruca prateada. Aí eu não sei bem o que aconteceu, só lembro de mim correndo e gritando no meio do corredor e todo mundo olhando para nossa cara. Alguém disse "Que que é isso, hein, InuYasha?". Eu não lembro do que a gente disse depois disso. Ninguém chorou, o nervosismo pareceu ter sumido naquele abraço louco.

Dougs me apresentou um amigo dele, mas eu não tenho certeza se ele estava ali o tempo todo. Eu acho que estava. Perguntei o nome dele umas dez vezes, e mesmo assim eu não consigo lembrar agora. Ele estava procurando pela prima Taís. Eu não estava mais apavorada. Eu estava quase me sentindo uma daquelas pessoas que estão no fundo de fotos famosas, de tantas vezes que nos pararam para umas fotos com o InuYasha. Perguntaram sobre seu colar, sobre a Tessaiga. mas a resposta era sempre a mesma: não tenho ainda. As lentes que ele comprou não chegaram a tempo, mas o cosplay continuava sensacional.

Tinha um outro InuYasha que o Dougs já tinha encontrado num evento anterior, um que perguntaram se era o clone do Dougs, porque o cosplay dele estava muito mais legal, apesar do outro ter a tessaiga.

Nós tomamos muppy de graça da prima do amigo do Dougs. Muppy de morango, que para mim tem o maior gosto de infância da face da terra! Quando eu estava na primeira série estudava numa escola muito pequena, e sempre tinha muppy de morango e maracujá na cantina, mas até então eu não fazia a mínima ideia que aquilo era a bebida preferida dos otakus, e muito menos imaginava o que eram os otakus, apesar de já gostar de animes naquela época (mesmo não sabendo que eram animes). Aquele saquinho rosado despertou emoções incríveis. O cheiro da escola retornou para minha mente como num passe de mágica e logo se misturou com o cheiro de mãe do tapete da sala da casa onde eu costumava me esparramar para assistir InuYasha. Mas, quando eu olhei para o lado, o próprio InuYasha estava sentado do meu lado tantos anos depois enquanto a gente comentava dos japoneses incrivelmente bonitos que passavam por ali.

Eu comprei um botton do InuYasha que tem a foto de uma imagem que foi meu fundo de tela durante muito tempo. Precisava comprar, nem que fosse amarrada! E também uma touquinha do Pedobear. Sim, do Pedobear. Meus pais ficaram horrorizados depois de descobrir quem era o Pedobear. HUASHUSAHUASHUSAASU

E também teve o cara das calcinhas! Juro que tinham calcinhas estampadas numa barraquinha, e eu juro que eu até pensei em comprar. HASUHSAUHSAUHASHUA Lá estava eu, olhando as calcinhas, quando um vendedor da barraca me vira e diz: "Não tem problema nenhum se você quiser experimentar, viu, moça?" e jogou aquele maldito olhar malicioso para cima de mim. Ainda repetiu aquilo diversas vezes enquanto eu, tentando ser o mais educada o possível, dizia: "Não, obrigada, moço". O Dougs e o amigo dele riam como dois idiotas, e eu acabei entrando na brincadeira e rindo também, apesar de estar com muita vontade de mandar todos eles tomarem no meio dos seus orifícios anais.

E rolaram histórias de gatos e boxes de banheiro soltas. Rolaram desenhos. Rolou até um convite de parceria de blogs. Rolou de tudo e mais um pouco. :) 

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